segunda-feira, 27 de junho de 2011

Beata Luisa Teresa de Montaignac, Fundadora - Festejada 27 de junho

     Luisa Teresa nasceu em Havre, França, no dia 14 de maio de 1820, quinta filha de uma prole de seis, numa família profundamente cristã. Seus pais, Raimundo Amato e Ana de Raffin, eram de origem nobre, contando com numerosos Cruzados entre seus antepassados, bem como o santo abade Amável. Embora tenha nascido em Havre, passou a maior parte de sua vida em Montluçon.
Com a idade de sete anos, contemplando o Presépio ela descobriu "o tocante mistério de um Deus Menino, pobre e sofredor..." Foi educada no célebre pensionato Les Oiseaux de Paris, onde teve início sua devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Naquela instituição Mons. De Quelen havia autorizado a celebração do primeiro mês dedicado ao Sagrado Coração em 1833.
Aos treze anos fez sua Primeira Comunhão. Ela guardou uma tal impressão deste primeiro encontro com Jesus Eucaristia, que 50 anos mais tarde ela diria, emocionada com aquela lembrança: "Depois da minha 1a. Comunhão, eu permaneci sempre sob a ação divina". Durante toda sua vida ela manterá "uma atração irresistível pela Eucaristia".
Tendo deixado o pensionato por motivos de saúde, foi confiada pela mãe doente aos cuidados de uma tia, Madame de Raffin, que também era sua madrinha. Desta senhora Luisa recebeu uma educação espiritual e doutrinária muito profunda; lia com grande empenho o Evangelho e as obras de Santa Teresa d'Ávila.
Os encargos sociais da família eram vividos por ela com prudência. Inteligente, com dotes para a música e a pintura, cultivava simultaneamente o desejo de uma maior intimidade com Deus.
Em 1837, com 17 anos, retornou ao Les Oiseaux de Paris, onde aprofunda sua devoção ao Sagrado Coração entrando em contato com o jesuíta Rousin, um dos propugnadores daquela devoção. Em 8 de setembro de 1843, ela faz sua consagração ao Sagrado Coração de Jesus, dedicando a Ele toda sua vida.
Ela desejaria entrar no Carmelo, tal era seu entusiasmo pelas obras de Santa Teresa d'Ávila, mas o padre que a aconselhava lhe sugeriu dirigir sua vocação para outro caminho.
Sua tia estava empenhada no projeto de fundação de uma associação para difundir a devoção ao Sagrado Coração, e envolveu nele Luisa. Mas, em 4 de dezembro de 1845, a tia morre subitamente e Luisa se torna herdeira daquele projeto e dos bens da tia.
            Sua família se transfere para Montluçon, em 1848. Naquela cidade foi nomeada diretora da Associação das Filhas de Maria, suportando o peso principal do trabalho: acudir os órfãos, restaurar as igrejas pobres rurais, dar instrução às jovens pobres.
Foi assim que Luisa Teresa decidiu reunir as senhoras católicas para serem no mundo "testemunhas do amor de Deus". Para atingir esta finalidade, elas deveriam permanecer no seu meio. Surgiu assim, em 1848, a Obra dos Tabernáculos.
Em 1850, acolhe algumas meninas órfãs em um local contíguo à casa paterna, consolidando as bases para um orfanato que fundou em 1852 em Moulins. Em 1854, fundou a Obra da Adoração reparadora.
Ainda em 1854, tendo 34 anos, foi acometida por grave doença nas pernas, o que a obrigou a ficar mais no leito do que em pé por sete nos. Esta doença a acompanharia por toda vida, mas Luisa nunca deixou de propagar a devoção ao Sagrado Coração.
Após várias tentativas de agregar o seu grupo como Ordem Terceira de Congregações consagradas ao Sagrado Coração, aconselhada pelo jesuíta Gautrelet (1807-1886), fundador do Apostolado da Oração e seu diretor espiritual, em 1874 Luisa Teresa fundou a Pia União das Oblatas do Sagrado Coração. Aprovada pelo Bispo de Moulins, a Instituição estava dividida em dois grupos: as Oblatas Religiosas, que podiam viver em comum, e as Oblatas Seculares, que tinham por meta as obras de caridades junto aos necessitados.
A partir de Montluçon estas comunidades se estenderam pela diocese, depois pela França, e enfim, fora das fronteiras. As Oblatas do Sagrado Coração de Jesus, a exemplo de sua fundadora, como foi acentuado pela Igreja, serão um "modelo de uma Fé profunda, viva e atuante... exemplo luminoso que deixa entrever o que uma mulher pode fazer pelo bem da Igreja", tendo em seu ativo numerosas obras de caridade e orfanatos.
Em dezembro de 1875, Luisa Teresa foi nomeada secretária geral do Apostolado da Oração, dirigido então pelo jesuíta Henrique Ramière. Embora quase imobilizada por causa da doença, expandiu suas relações e dedicou-se à correspondência com sua Oblatas.
Em 1880 as Oblatas desejaram unir os dois ramos, as religiosas e as chamadas "reuniões", em uma única Congregação, elegendo Luisa Teresa superiora geral. Apesar da ruptura com o Padre Ramière, a Congregação obteve aprovação da Santa Sé em 4 de outubro de 1881. Um ano depois Luisa fundou os "Pequenos Samueis", para preparar rapazes para a vida sacerdotal ou religiosa.
Em 1888, quando a Instituição foi aprovada pela Congregação Romana, infelizmente só as Oblatas religiosas foram reconhecidas; as Oblatas seculares ou das "reuniões", e as Damas agregadas foram supressas. Mas a Fundadora não sofreu este desgosto, porque havia falecido em Montluçon no dia 27 de junho de 1885, aos 65 anos.
Luisa Teresa vivera em meio a um grande sofrimento físico desde os 34 anos, mas sempre dedicada e operosa. Ela repousa na capela da Cruz Verde em Montluçon. A causa de sua beatificação foi introduzida em Roma em 15 de dezembro de 1914; ela foi proclamada Beata no dia 4 de novembro de 1990 por João Paulo II.
A casa mãe da Congregação das Oblatas do Sagrado Coração de Jesus fica em Montluçon, na Praça Luisa Teresa Motaignac.
Oração composta pela Beata:
 
Ó Jesus
Vida eterna
No seio do Pai
Vida das almas feitas à Vossa semelhança
Em nome do Vosso amor
Fazei conhecer
Revelai Vosso Coração.

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