terça-feira, 9 de agosto de 2011

Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), Mártir - Festejada 9 de agosto

     Nasceu em Vrastilávia a 12 de outubro de 1891. Última de onze irmãos de uma família judia, seus pais foram Siegfried e Augusta Courant Stein. Até a adolescência, não obstante os pedidos de sua mãe em professar a fé judaica, declarava-se ateia. Acompanhava a mãe à sinagoga mais por delicadeza do que por convicção religiosa, passando o tempo a distrair-se e olhando para quem entrava e saía. Contudo, conservou muito elevados os valores éticos, mantendo uma conduta moralmente irrepreensível.
     De maneira brilhante obteve o doutoramento em filosofia e tornou-se assistente universitária do seu mestre, Edmund Husserl. Foi incansável e perspicaz investigadora da verdade, através do estudo.
     No outono de 1921, passando as suas férias em casa de uns amigos na Baviera, veio-lhe parar às mãos a autobiografia de Santa Teresa de Ávila, intitulada «Livro da Vida». Ficou tão encantada que leu o livro completo durante toda a noite. Depois disse: “Aqui está a verdade!”. Comprou um catecismo católico e um missal e entrou, pela primeira vez, numa igreja católica, assistindo a Missa. Após algum tempo de preparação, aos 31 anos recebeu o Batismo, no dia 1º de janeiro de 1922. A família, profundamente desgostosa, cortou, durante algum tempo, relações com ela.
     A sua vida mudou de modo radical. Os anos sucessivos foram despendidos no aprofundamento da doutrina cristã, no ensinamento, apostolado e publicação de estudos científicos, e numa intensa vida interior nutrida pela palavra de Deus e a oração.
     Aos 42 anos, em setembro de 1933, Edith comunica à mãe a entrada na Ordem Carmelita Descalça, ingressando no Carmelo a 15 de outubro de 1933, tomando o nome de Teresa Benedita da Cruz, exprimindo assim, o ardente amor a Jesus Crucificado e sua especial devoção a Santa Teresa de Ávila. Emitiu regularmente o voto de pobreza, obediência e castidade e, para realizar a sua consagração, caminhou com Deus na via da santidade.
     Por licença especial das suas superioras, escrevia todas as semanas à mãe, sem obter qualquer resposta. Por fim, recebeu dela um bilhete.
     Em 1940, quando na Alemanha o nacional-socialismo exacerbou a louca perseguição contra os judeus, os superiores da Santa enviaram-na, por precaução, para o Carmelo de Echt, na Holanda.
     Impelida pela compaixão para com os seus irmãos judeus, não hesitou em oferecer-se a Deus como vítima, para suplicar a paz e a salvação para o seu povo, para a Igreja e para o mundo. A ocupação nazista da Holanda comportou o início do extermínio também para os judeus daquela Nação. Os Bispos holandeses protestaram energicamente com uma Carta pastoral, e as autoridades, por vingança, incluíram no programa de extermínio também os judeus de fé católica.
     A 2 de agosto de 1942, Edith foi aprisionada com a sua irmã e internada no campo de concentração de Auschwitz. Saiu do convento de hábito carmelita, que continuou a usar no campo de concentração, oferecendo a sua vida, como ela disse, pela conversão ao Catolicismo do povo hebreu. O seu número de prisioneira era o 44070.
     Santa Teresa da Cruz, juntamente com a irmã, foi morta na câmara de gás no dia 9 de agosto de 1942. Assim morreu como filha do seu povo martirizado e como filha da Igreja Católica.
     Foi beatificada por João Paulo II em Colônia, no dia 1º de maio de 1987. «Judia, filósofa, religiosa, mártir — como afirmou João Paulo II naquele dia —  a Beata Edith Stein representa a síntese dramática das feridas do nosso século. E, ao mesmo tempo, proclama a esperança de que é a cruz de Jesus Salvador que ilumina a história».
     A 11 de outubro de 1998, foi canonizada pelo mesmo Papa, sob o nome de Santa Teresa Benedita da Cruz, ou apenas Teresa da Cruz.
     No dia 1º de outubro de 1999, o Papa João Paulo II, numa carta apostólica em forma de ‘motu proprio’ intitulado «Spes aedificandi», proclamou Santa Teresa Benedita da Cruz, juntamente com Santa Brigida da Suécia e Santa Catarina de Sena, co-padroeira da Europa pelo particular contributo cristão que outorgou não só à Igreja Católica, mas especialmente à mesma sociedade europeia através do seu pensamento filosófico. A Igreja Católica a recorda no dia 9 de agosto.

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