sábado, 3 de setembro de 2011

Santa Febe (Phoebe), Coadjutora de São Paulo - Festejada 3 de setembro

     São Paulo ele mesmo é a fonte, tão ilustre quanto lacônica, sobre esta Santa. Dele ficamos sabendo que Febe (1) tinha uma incumbência eclesiástica junto à comunidade cristã de Kenchris, pequena cidade portuária ao leste de Corinto, no istmo do mesmo nome. Ela desempenhava o ofício de oráxovo (ministra), termo que foi dado pela primeira vez a uma mulher na Igreja nascente.
     De tais mulheres parece São Paulo tratar em I Tim. 5, 9 sg, onde são postas em relevo as qualidades familiares e morais necessárias às viúvas para serem eleitas: “seja escolhida a viúva (para o serviço da Igreja) com não menos de sessenta anos, que tenha sido mulher dum só marido, que tenha reputação de boas obras: se educou bem os seus filhos, se praticou a hospitalidade, se lavou os pés dos santos, se acudiu aos atribulados, se praticou toda a obra boa”.
     Santa Febe, como tantas outras figuras femininas mencionadas no Novo Testamento, refletem um dos trabalhos do Espírito Santo na Santa Igreja nascente: moldar o papel da mulher na instituição. As viúvas, as esposas e mães, as virgens, cada uma terá será sua função. As mães deveriam guardar os tesouros da Fé deixando-os indeléveis nas almas dos filhos; as viúvas, como Santa Febe, dedicando-se à comunidade cristã; as virgens, dedicando-se à vida de contemplação e sacrifício, que logo nos séculos seguintes desabrochariam nos primeiros conventos. Evidentemente, como tudo na Igreja, como todo o organismo vivo e saudável, nada era tão esquemático: viúvas houve que fundaram mosteiros, virgens que fundaram obras assistenciais, etc.
     Podemos deduzir que Santa Febe era viúva de uma certa idade e de boa condição social, o que lhe permitia dedicar-se às boas obras mencionadas por São Paulo, em particular a hospitalidade.
     Talvez São Paulo tenha aludido à hospitalidade ao elogiá-la por ter assistido a muitos, inclusive ele próprio, o que, aliás, é bastante aceitável pela posição geográfica de Kenchris, para onde convergia um importante tráfico com as ilhas Egeu e com a Ásia Menor. O que devia dar ocasião a Febe de atender os viajantes cristãos que vinham daquelas terras.
     Ignora-se o motivo de sua viagem a Roma, mas há uma tradição que a menciona como a portadora da Epístola aos Romanos. Também é desconhecido o ano e o local de seu falecimento. Se a Epístola aos Romanos foi escrita nos primeiros meses de 57, como parece certo, Febe já então sexagenária pode ter morrido algum tempo depois daquele ano.
     No Ocidente, o seu culto é bem documentado, atestado por vários martirologios, inclusive o Martirologio Romano. É comemorada no dia 3 de setembro.
 
(1) Etimologia: Febe deriva de Phoebe, do grego = radiante, brilhante, o sol
 

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