quinta-feira, 28 de junho de 2012

Santa Vicência Gerosa, Cofundadora - Festejada 28 de junho

     Ela jamais havia pensado em tornar-se uma ‘fundadora’. O seu horizonte era Lovere, cidade do norte da Itália sujeita à República de Veneza. A empresa comercial que geriam garantia aos Gerosa uma vida abastada.
     Santa Vicência nasceu em 29 de outubro de 1784 e foi batizada com o nome de Catarina; começou a estudar nas Beneditinas de Gandino, em Val Seriana, mas a saúde frágil a impediu de continuar e teve que voltar para Lovere.
     A sua vida é constelada de projetos que as circunstâncias revolvem continuamente.
     Reservada e tímida, durante um período viveu contente atrás do balcão do pequeno comércio da família. Mas, sob o ciclone napoleônico os negócios entram em crise, enquanto Lovere passava do domínio veneziano ao francês na República Cisalpina.
     A crise econômica levou à morte seu pai, depois sua irmã Francisca e por último, em 1814, também sua mãe. Apesar da tragédia pessoal, com ânimo e fé inabalável ela aceitou tudo com resignação. Confiante em Deus sofreu no silêncio do seu coração, encontrando forças na oração e na penitência.
     Quando Napoleão caiu, Lovere passou para o domínio do Império dos Habsburg. Naquele período, Catarina se dedicou ao ensino gratuito para jovens pobres, a atividade de assistência e de formação religiosa, encorajada por dois párocos sucessivos. Este empenho local lhe bastava, porque se revelava muito rico de estímulos e de desafios. E eis que surge outro projeto que mudou o curso de sua existência.
     Em 1824, iniciou uma amizade com Bartolomea Capitanio, jovem professora de 17 anos, nascida também em Lovere. Desde menina Bartolomea pensava em dedicar-se a praticar a caridade junto aos pobres e aos doentes. Por isso se diplomou professora no colégio das Clarissas de sua cidade natal.
     O encontro levou Catarina para uma nova aventura: criar um hospital. O que as duas conseguiriam alguns anos depois. Com os bens herdados da família Gerosa, Catarina teria possibilidade de fazê-lo, mas era necessário terem pessoal preparado para a assistência hospitalar.
     Bartolomea tem um projeto bem claro: fundar um instituto religioso com os objetivos de dar assistência aos doentes, dar instrução gratuita às jovens, criar um orfanato, dar assistência à juventude. E convence a amiga. De maneira que no outono de 1837 o instituto nasceu e foi chamado de Instituto das Irmãs de Maria Menina, com sede em Lovere, e com as regras escritas por Bartolomea. Para evitar objeções de caráter político, o instituto foi fundado autônomo. E assim independente ele permaneceu, cresceu e se difundiu nos anos subsequentes.
     Último e tremendo impacto: Bartolomea Capitanio morre no dia 26 de julho de 1833, com apenas 26 anos. Caterina Gerosa fica sozinha, tem pouca instrução, se sente quase velha, desejaria deixar tudo... Mas, ao contrário, permanece, não renuncia.
     Decidida, Catarina acolheu as primeiras jovens e por sete anos a pequena comunidade seguiu a regra das Irmãs de Santa Maria Antida Thouret, até que em 1840 chegava o reconhecimento pontifício, e as Irmãs de Maria Menina tomam vida canonicamente com as regras escritas por Bartolomea Capitanio e com a direção de Caterina Gerosa, que emite os votos assumindo o nome de Irmã Vicência.
     Já em 1842, embora fossem ainda poucas, chamam-nas a Milão. O Arcebispo Cardeal Gaysruk (da alta aristocracia austríaca) desejava fazer uma instituição diocesana. Mas Irmã Vicência resiste: elas nasceram em Lovere e Lovere deve ser a sua casa, com as suas regras.
     Quando Santa Vicência morreu, depois de uma longa doença, em 28 de junho de 1847, as Irmãs eram somente 171. No início do terceiro milênio são cerca de 5.200 religiosas.
     Santa Vicência foi sepultada ao lado da cofundadora no santuário da Casa-mãe em Lovere. Atualmente o Instituto das Irmãs da Caridade das Santas Bartolomea Capitanio e Vicência Gerosa, ou Irmãs de Maria Menina, atua em toda a Europa, África, Ásia e nas Américas.
     Santa Vicência Gerosa é celebrada no dia de sua morte e foi canonizada por Pio XII no Ano Santo de 1950, junto com Santa Bartolomea Capitanio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário