sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Santa Lídia de Tiatira - 3 de agosto

   
     Santa Lídia (do grego “a que procede da Lídia”, região e antigo reino da Ásia Menor, às margens do Mar Egeu) viveu no primeiro século; não se tem certeza se Lídia fosse o seu nome, ou apenas indicasse sua origem.

     A tradição considera que ela nasceu em Tiatira, na antiga Grécia asiática e morou em Filipos, porto do Mar Egeu, na hoje república da Macedônia; não se sabe se era solteira ou casada. Era uma dama dedicada ao comércio de púrpura (fino tecido nesta tonalidade, utilizado na confecção de roupas de nobres e sacerdotes). Era uma “prosélita”, quer dizer, uma pagã convertida ao judaísmo. Os negócios terrenos não a haviam impedido de se dedicar ao espírito.
     Pelo ano 55, fez-se cristã ao ouvir a pregação de São Paulo, quando ele evangelizava essa região, e tanto ela como sua família se converteram à fé em Cristo, sendo batizados pelo Apóstolo dos Gentios. Lídia é um personagem que ocupa um breve espaço nos Atos dos Apóstolos, mas que se tornou protagonista num momento da evangelização.
     O porto de Filipos foi a primeira etapa do Apóstolo em terra europeia; ele ali fora com Timóteo, Lucas e Sila. São Paulo deveria ir à sinagoga para anunciar o Evangelho, antes de tudo aos hebreus, como sempre. Mas estes eram poucos na cidade já muito romanizada e não havia uma sinagoga: no sábado, dirigiam-se a uma margem de um rio para pregar e rezar. São Paulo também vai ao rio, mas só encontra mulheres. Ele prega para elas, conforme São Lucas narrou este episódio:
     Embarcamos em Tróade e fomos diretamente a Samotrácia; no dia seguinte, fomos a Neápolis e, de lá, a Filipos, cidade de primeira categoria deste distrito da Macedônia, e colônia. Estivemos ai durante alguns dias. No dia de sábado saímos às portas, em direção à margem do rio, onde era costume haver oração. Depois de nos sentarmos, começamos a falar às mulheres que lá se encontravam reunidas. Uma das mulheres, chamada Lídia, negociante de púrpura da cidade de Tiatira e temente a Deus, pôs-se a escutar. O Senhor abriu-lhe o coração para aderir ao que Paulo dizia. Depois de ser batizada, bem como os de sua casa, fez este pedido: ‘Se me considerais fiel ao Senhor, vinde ficar a minha casa’. E obrigou-nos a isso”. (Act 16, 11-15)
     No dia seguinte, São Paulo e Sila acabam na prisão, mas foram libertados milagrosamente e recebem as desculpas das autoridades, porque São Paulo é cidadão romano.
     Antes de partirem, os dois voltam à casa de Lídia. “E ali encontraram os amigos, os exortaram e depois partiram”. Poucas e iluminadas palavras: à pregação de São Paulo houve conversões e se formou uma comunidade cristã. E antes de ir embora, o Apóstolo a reúne e admoesta. Ali mesmo, na casa da lúcida e enérgica Lídia, tomou vida a primeira Igreja fundada na Europa por São Paulo.
     Foi Barônio (+ 1607) que em 1586, com a sua própria autoridade, introduziu Santa Lídia no Martirológio Romano, cuja revisão lhe estava entregue.

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