terça-feira, 26 de agosto de 2014

Beata Maria Pilar Izquierdo Albero, Fundadora - 27 de agosto

    
      Maria Pilar Izquierdo Albero, terceira de cinco irmãos, nasceu em Zaragoza, Espanha, no dia 27 de julho de 1906. Na festa de Santa Maria das Neves, dia 5 de agosto, ela foi batizada. Mais tarde ela diria que esse fora o maior dia da sua vida, porque começara a ser filha da Igreja.

     Seus pais, pobres de bens materiais, mas ricos em virtudes, inculcaram na criança o espírito de piedade, o amor aos pobres e uma terna devoção à Virgem do Pilar. Desde muito criança brilhou nela um grande amor a Deus e aos pobres. Privava-se às vezes do seu lanche e das suas coisas para ajudar a quem considerava mais necessitado do que ela. Como nunca foi à escola, não sabia escrever nem quase ler, por isso considerava-se “uma tolinha” que não sabia senão “sofrer e amar, amar e sofrer”.
     Cedo Maria Pilar experimentou a dor e compreendeu o valor redentor do sofrimento. Aos 12 anos foi vítima de uma doença misteriosa que nenhum médico soube diagnosticar. Depois de quatro anos vividos, por motivos de saúde, em Alfamén, regressou a Zaragoza, onde começou a trabalhar numa fábrica de calçado.
     Era muito querida por todos por sua simplicidade, sua natural simpatia, sua bondade e sua laboriosidade. Mas o Senhor queria levá-la por outros caminhos e assim a foi adentrando no mistério da Cruz. De tal maneira Maria Pilar amou o sofrimento, que costumava dizer: “Encontro neste sofrer um amor tão grande a nosso Jesus, que morro e não morro... porque esse amor é o que me faz viver”.
     Em 1926, enquanto voltava do trabalho, fraturou a pélvis e em 1929 ficou paraplégica e cega por causa dos inúmeros quistos. Por mais de doze anos peregrinou pelos hospitais de Zaragoza, vivendo na água-furtada da Rua Cerdán, 24. Esta se converteu numa escola de espiritualidade e num lugar de luz, de paz e de alegria para quantos a visitavam, especialmente durante os três anos da guerra civil espanhola.
     As orações e a caridade mútua que imperavam ali faziam com que as almas discernissem a vocação a que Deus as chamava. Maria Pilar começou a falar da “Obra de Jesus” em 1936; ela dizia que esta obra haveria de aparecer na Igreja, que teria como finalidade “reproduzir a vida ativa do Senhor na terra através das obras de misericórdia”.
     No dia 8 de dezembro de 1939, festa da Imaculada Conceição, de quem era devotíssima, Maria Pilar ficou milagrosamente curada da paralisia que a havia prostrado por mais de dez anos no leito. Os quistos também desapareceram e ela recobrou instantaneamente a visão. Uma vez curada, pôs em marcha sua obra, deslocando-se, junto com várias jovens, a Madrid, onde já tinha sido aprovada a Fundação com o nome de “Missionárias de Jesus e Maria”.
     Logo apareceram os que procuram burlar os planos de Deus: ela foi proibida de exercer qualquer apostolado. Em 1942, porém, o Bispo de Madrid erigiu canonicamente a Obra como “Pia União de Missionárias de Jesus, Maria e José”.
     Após dois anos de fecundo apostolado entre pobres, crianças e doentes, Deus a fez caminhar novamente pelas vias da Cruz: reapareceram quistos no ventre. A este sofrimento físico se somaram os sofrimentos morais que Deus permite para purificar as almas: calúnias, intrigas, incompreensões, desacreditaram sua obra e afastaram várias jovens que haviam sido fieis.
     Aconselhada pelo seu confessor, Maria Pilar se retirou de sua própria obra em novembro de 1944, sendo seguida por nove das suas filhas. Em 9 de dezembro viajou até São Sebastião. Durante a viagem, numa noite gélida e por caminhos cobertos de neve, fraturou uma perna num acidente. Um tumor maligno se manifestou e a feriu de morte, mas não conseguiu apagar a luz da sua fé nem a sua firme convicção de que a obra voltaria a ressurgir.
     Abandonada das criaturas, prostrada no leito, alentava suas filhas: “Sinto deixá-las, porque as amo muito, mas lá do céu serei mais útil. Voltarei a terra para estar com os que sofrem, com os pobres, os doentes. Quanto mais sozinhas estiverem, mais perto de vocês estarei”.
     Morreu em São Sebastião, aos 39 anos, no dia 27 de agosto de 1945, oferecendo a sua vida pelas Filhas que se tinham separado, e que recordava com dor e com carinho: “Amo-as tanto, que não as posso esquecer; embora me batessem, me arrastassem, quisera tê-las aqui. Não quero lembrar-me do mal que me fazem, mas do bem que me fizeram. Bem sabe nosso amado Jesus que mais, muito mais do que me fazem sofrer quero que lhes dê o céu”.
     Confiantes nas palavras da Madre, suas filhas permaneceram unidas sob a direção do Pe. Daniel Diez Garcia, que a tinha ajudado e assistido nos últimos anos de sua vida. Em maio de 1948, o bispo D. Fidel Garcia Martines aprovou a obra canonicamente com o nome de “Obra Missionária de Jesus e Maria”.
     Em 1961 foram aprovadas como Congregação de Direito Diocesano e 1981 de Direito Pontifício. A Congregação conta na atualidade com 230 religiosas em diversos pontos da Espanha, Colômbia, Equador, Venezuela, Itália, México e Moçambique.
     A fama de santidade de Madre Pilar Izquierdo cresceu de tal forma, que o bispo D. Francisco Álvarez Martínez achou oportuno iniciar a Causa de Beatificação e Canonização. O Processo diocesano realizou-se de 1983-1988.
     No dia 18 de dezembro de 2000 foi declarada a heroicidade das suas virtudes e a 7 de julho de 2001 foi aprovado o milagre atribuído à sua intercessão. No dia 4 de novembro de 2001, Madre Maria Pilar foi beatificada por João Paulo II em solene cerimônia.
 
Fonte: Santa Sé

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