quarta-feira, 18 de março de 2015

Beata Marta Amada Le Bouteiller - 18 de março

 
     Amada Adélia Le Bouteiller nasceu ano dia 2 de dezembro de 1816 em Percy (França), terceira de quatro filhos de André e Maria Francisca Le Bouteiller Morel, pequenos proprietários e tecelões.
     Na escola teve como educadora a Terceira Carmelita Irmã Maria Farcy, professora há 48 anos, que muito influenciava na formação das jovens da paróquia e certamente inspirou a vocação religiosa de Amada Adélia.
     Em 1º de setembro de 1827 o pai morreu com apenas 39 anos de idade, infelizmente na época uma ocorrência comum; a mãe ficou sozinha com quatro filhos, teve de criá-los e apoiá-los ajudada pelos filhos mais velhos; Amada, que tinha quase onze anos, continuou seus estudos e ao mesmo tempo tinha que cuidar da casa.
     Em 1837, seus dois irmãos se casaram e Amada, com 20 anos, começou a trabalhar como empregada doméstica para ganhar a vida.
     Com a Irmã Farcy, organizadora da paróquia, ela ia todos os anos em peregrinação a Chapelle-sur-Vire, a cerca de 15 km de Percy, e nesta localidade entrou em contato com a Congregação das Irmãs das Escolas Cristãs da Misericórdia, fundado em 1804 por Santa Maria Madalena Postel (1756-1846), para a educação da juventude.
     Atraída pela sua espiritualidade, aos 25 anos, em 19 de marco de 1841, ela decidiu dar-se totalmente a Deus e entrou na Abadia de Saint Sauveur-le-Vicomte, aceita pela fundadora de oitenta e quatro anos, que apesar de sua idade era de grande vitalidade e com dons carismáticos.
     Amada teve como mestra de noviças a Beata Plácida Viel (1815-1877), que após a morte da Fundadora, levou a Congregação a um desenvolvimento incrível.
     Quando Amada ingressou, as cinquenta freiras estavam envolvidas na construção da igreja da abadia e dos prédios antigos, que foram encontrados em ruínas quando elas entraram. A vida era austera, levando em conta os anos de fome que se vivia, mas isto não assustou Amada, acostumada com as dificuldades que sua família sofreu após a morte prematura de seu pai.
     A 14 de setembro de 1842, ela recebeu o hábito religioso com o nome de Irmã Marta. No inverno seguinte, sendo ainda noviça, Madre Postel mandou-a para a Casa de La Chapelle-sur-Vire, que Irmã Marta conhecia bem, para ajudar nos serviços materiais da comunidade.
     Um dia, ao lavar a roupa nas águas geladas do Rio Marquerand, escorregou de sua mão um lençol puxado pela correnteza; em uma tentativa de pegá-lo ela deslizou na água gelada o que causou um início da paralisia das pernas, por isso foi mandada de volta para a Abadia.
     Ali ela teve um colóquio com Madre Madalena Postel que assegurou que ela não seria enviada para casa, apoiando as mãos sobre seus joelhos, ela prometeu rezar por ela; curada pouco depois, Irmã Marta atribuiu sua recuperação à Madre.
     Em 7 de setembro de 1843 ela fez sua primeira profissão na Abadia Casa Mãe da Congregação. Irmã Marta foi designada para a cozinha, para trabalhar nos campos e, em seguida, tornou-se a economa de confiança da Madre Fundadora, uma tarefa que ocupou por quase 40 anos até sua morte; fez tudo em espírito de obediência, ela fez de maneira grande as coisas pequenas.
     Sua vida religiosa transcorreu no serviço de Deus e das irmãs, sempre simples e jovial na execução dos serviços mais humildes; dedicada à oração e à meditação, alimentou a sua espiritualidade lendo autores da chamada "Escola Francesa de Espiritualidade".
     Cuidava dos domésticos e dos trabalhadores que prestavam serviço à Abadia, também dos hospedes de passagem; distribuiu o vinho para 250 pessoas por dia e durante a guerra chegou a 500 pessoas.
     Diz-se que, durante a guerra entre a França e a Alemanha, quando os estoques da abadia exauriram pavorosamente, Irmã Marta pendurando na parede uma imagem de Madre Madalena, morta há algum tempo, rezou intensamente e a partir desse momento os estoques de 'cidra’ (vinho) e outros alimentos não acabaram.
     No inverno de 1875-1876, Irmã Marta, agora em seus sessenta anos, caiu e fraturou a perna; a longa convalescença, somando-se a morte de sua mãe e da amada Irmã Plácida, sua confidente, foram suas grandes provações. Ela suportou-as sem deixar de atender os interesses da despensa, apoiando-se a um bastão, mas o seu declínio era evidente.
     Em 18 de março de 1883, Domingo de Ramos, enquanto ela pretendia levar as garrafas para a cozinha depois do jantar, caiu uma vez e, em seguida, uma segunda vez, tarde da noite, atingida por um acidente vascular cerebral; morreu depois de receber os Sacramentos aos 67 anos.
     Ela foi enterrada no cemitério da Abadia de St. Sauveur-le-Vicomte; a causa de beatificação começou em 1933, e em 4 de novembro de 1990 o Papa João Paulo II a beatificou.

Fonte:
www.santiebeati.it

Nenhum comentário:

Postar um comentário