segunda-feira, 8 de junho de 2015

Beata Maria Teresa Chiramel Mankidiyan, Fundadora - 8 de junho

“Paradigma de paciência na tentação”
     Nasceu a 26 de abril de 1876 em Puthenchira, no Estado do Kerala (Índia). Como escreveu na sua autobiografia, redigida por obediência ao seu diretor espiritual, desde a mais tenra idade sentiu um intenso desejo de amar a Deus, que a levava a jejuar quatro vezes por semana e a recitar o Rosário várias vezes por dia. A sua mãe procurava dissuadi-la desses severos jejuns, mas ela persistiu neste gesto a fim de se assemelhar cada vez mais a Cristo sofredor, e chegou a consagrar a sua virgindade quando tinha apenas dez anos.
     Como consequência da morte da sua mãe, aos 12 anos interrompeu o estudo escolar, mas continuou muito interessada no discernimento da sua vocação. Queria uma vida escondida para se dedicar à oração, e em 1891 decidiu sair de casa para levar uma vida eremítica e de penitência, mas o seu projeto fracassou. Intensificou então a sua colaboração na paróquia, juntamente com três companheiras, dedicando-se aos pobres, doentes e órfãos. Rezava pelos pecadores fazendo contínuos jejuns pela conversão deles. Esse apostolado sofreu fortes críticas, inclusive nos ambientes eclesiásticos.
     Seus sacrifícios foram aumentados pelos ataques dos demônios que pretendiam apoderar-se de sua vontade por meio de inúmeras formas. Desejavam manchar sua pureza, induzi-la ao desespero, a renunciar à penitência, foi golpeada e ferida. Recebia a graça de suportar tantos tormentos com mansidão e humildade. Recebeu os estigmas da Paixão que zelosamente mantinha escondidos; suas levitações foram testemunhadas por muitas pessoas; em seus êxtases frequentes via a Sagrada Família e outros santos, como Santa Teresa de Jesus.
     Maria Teresa deu conta das torturas que padecia ao seu confessor, o Servo de Deus Pe. Vithayathil, cujos conselhos ela seguia. Este sacerdote, nascido em 1865 em Ernakulam, Kerala, havia recebido a ordenação sacerdotal em 1894 e após passar por várias paroquias da diocese de Trichur, se tornou seu diretor espiritual. Ele a acompanhou e orientou. Em uma de suas cartas Maria Teresa lhe disse: “Deus dará a vida eterna aos que convertem os pecadores e os levam ao caminho reto”.
     O Pe. Vithayathil informou ao Bispo sobre os fenômenos que ocorriam com a Beata, especialmente intensos entre 1902 e 1905, e que aumentaram em 1913. O Bispo, duvidando da autenticidade de tais fenômenos místicos, mandou-a submeter-se várias vezes a exorcismos.
     Em 1903 ela explicou ao Vigário Apostólico de Trichur o seu desejo de fundar uma casa de retiro e oração, mas foi-lhe sugerido entrar no convento das Clarissas Franciscanas. Depois, tendo sido enviada ao convento das Carmelitas de Ollur, também ali Maria Teresa percebeu que não era esta a sua vocação.
     Finalmente o Bispo compreendeu que Deus desejava uma nova Congregação religiosa ao serviço da família. No dia 14 de maio de 1914 foi erigida canonicamente a Congregação da Sagrada Família. O Padre Vithayathil foi cofundador deste novo Instituto.
     Durante e após os difíceis anos da primeira guerra mundial, com indômita energia e total confiança na Providência divina, ela deu vida a três novos conventos, duas escolas, uma casa de estudos e um orfanato.
     Após uma ferida se tornar gangrenosa, que não foi possível controlar devido sua diabete, Maria Teresa faleceu no dia 8 de junho de 1926, aos 50 anos de idade, em Kuzhikkattusseny. Sua obra se difundiu pelo mundo e em 2000 contava com 1592 Irmãs e 119 noviças.
     No dia 9 de abril de 2000 ela foi beatificada; é a segunda religiosa indiana elevada às honras dos altares após a Beata Afonsa da Imaculada Conceição.
     O Pe. Vithayathil faleceu em 8 de junho de 1964. Foi sepultado junto ao túmulo da Beata em Kerala.

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