sábado, 13 de junho de 2015

Festa do Imaculado Coração de Maria

    
 
     A devoção a Maria Santíssima surgiu com toda certeza nos primeiros séculos da Igreja, quando havia a celebração da Missa de Nossa Senhora nos sábados. O missal romano de São Pio V, de 1570, mostra a antiguidade desta prática que consiste em honrar especialmente a Santa Mãe de Deus nesse dia da semana, depois de ter consagrado a sexta-feira para comemorar a Paixão de Nosso Senhor e os sofrimentos de seu Sagrado Coração.
     Seguindo essa tradição, as confrarias que eram dedicadas à devoção do Rosário estabeleceram o costume de dedicar anualmente quinze sábados seguidos à Rainha do Santíssimo Rosário.
     Historicamente, a devoção a Maria Santíssima sob a forma do seu Coração Imaculado ocorreu pela primeira vez no século XIII com Santa Matilde, Santa Gertrudes, São Bernardino de Sena e outros. No século XVII, São Francisco de Sales foi um expoente desta devoção. Mas foi São João Eudes, o grande apóstolo do Imaculado Coração (1601-1680), que deu o impulso decisivo para a prática.
     No mesmo século, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus veio à tona através de Santa Margarida Maria Alacoque e de seu confessor, São Cláudio de La Colombière.
     A devoção ao Sagrado Coração se espalhou, assim também a devoção ao Imaculado Coração. Ambos, Santa Margarida Maria e São Cláudio, foram também profundamente dedicados ao Coração Imaculado de Maria.
     O Papa Pio VI encabeça a lista de vários papas que incrementaram a divulgação da devoção. Com o Papa São Pio X a devoção dos primeiros sábados do mês foi aprovada e encorajada pela sede da Igreja, em Roma. Em 10 de julho de 1905, ele indulgenciou pela primeira vez esta devoção. Em 1944 que o Papa Pio XII estendeu-a a toda a Igreja, fixando a celebração em 22 de agosto.
     Atualmente a festa do Coração Imaculado de Maria é celebrada no sábado seguinte à festa do Sagrado Coração de Jesus, que é móvel, sempre observada na sexta-feira, 19 dias após o Domingo de Pentecostes.
O coração físico, símbolo do coração espiritual
     Os Padres da Igreja consideram que quando do alto da Cruz, Nosso Senhor Jesus Cristo fez Nossa Senhora a mãe de São João, Ele também a nomeou mãe de todos os homens. Assim, o Coração de Maria é o símbolo físico de seu amor sem limites a Deus e ao gênero humano.
     Mas o coração físico de Nossa Senhora também é o símbolo de seu coração espiritual. Assim, no Imaculado Coração de Maria também honramos sua vida interior, suas virtudes, sua perfeita pureza, sua humildade sem limites, seu afeto e sua tristeza.
     Pungente na tradição católica é a representação do Coração de Maria transpassado por uma espada, símbolo de sua imensa tristeza ao testemunhar e ao aceitar a Paixão e Morte de seu Filho para a salvação de nossas almas.
Fátima e o Coração Imaculado de Maria. A devoção dos Cinco Primeiros Sábados.
     Na segunda aparição de Fátima, Nossa Senhora mostrou aos videntes, Lúcia, Francisco e Jacinta, seu coração cercado de espinhos. Mais tarde, em 10 de dezembro de 1925, em uma aparição privada para a Irmã Lúcia, Ela pediu a devoção reparadora dos Cinco Primeiros Sábados.
     A Mãe de Deus apareceu sobre uma nuvem luminosa tendo ao lado o Menino Jesus. O Menino, mostrando-lhe um coração cercado de espinhos que tinha na outra mão, disse-lhe: "Tem pena do Coração de tua Santíssima Mãe, que está coberto de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos Lhe cravam, sem haver quem faça um ato de reparação para os tirar".
     A Santíssima Virgem acrescentou: "Olha, minha filha, o meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos Me cravam com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar, e dize que todos aqueles que durante cinco meses, no primeiro sábado, se confessarem, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um terço e Me fizerem quinze minutos de companhia meditando nos quinze mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar, Eu prometo assisti-los na hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas".
     Esta devoção tem, assim, a finalidade de reparar o Coração Imaculado de Maria pelas ofensas dos homens. E deve ser praticada em cinco primeiros sábados consecutivos. Divide-se em vários itens, todos indispensáveis:
1 - confissão (*);
2 - comunhão;
3 - recitação do terço;
4 - e quinze minutos de companhia a Nossa Senhora meditando nos quinze mistérios do Rosário (**).
 
(*) Mais tarde, quando o Menino Jesus lhe aparece novamente para cobrar a divulgação dessa devoção, a Irmã Lúcia levantando a dificuldade que algumas pessoas teriam para confessar-se no sábado, pediu-Lhe que fosse válida a confissão de oito dias. O Infante Menino respondeu-lhe que poderia ser até de "muitos mais dias ainda, contanto que, quando Me receberem, estejam em graça e tenham a intenção de desagravar o Imaculado Coração de Maria". Caso a pessoa se esquecesse, ao confessar-se, de formular essa intenção, disse Nosso Senhor que "podem formá-la na outra confissão seguinte, aproveitando a primeira ocasião que tiverem de se confessar".
(**) Aqui intérpretes afirmam que trata-se de meditar sobre um dos quinze mistérios do Rosário, pois do contrário seria praticamente impossível meditar os quinze nos quinze minutos estabelecidos por Nossa Senhora.

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