sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Beata Lúcia de Caltagirone Terciária Franciscana - 26 de setembro

    
     As informações sobre a Beata Lúcia seguem um costume comum dos Franciscanos dos primeiros séculos: as vidas de figuras veneráveis desta Ordem eram pouco documentadas.
     Um autor dos mais autorizados é o célebre irlandês Luca Wadding, frade recoleto (1588-1657) que redigiu os Annales Minorum, onde incluiu uma Vita de Lúcia de Caltagirone.
     Lúcia nasceu em Caltagirone, Sicília, no ano 1360. Seus pais a educaram na piedade e ela soube corresponder maravilhosamente às suas expectativas. Eles eram devotos de São Nicolau de Bari e experimentaram sua proteção várias vezes.
     Um dia em que Lúcia subiu em uma figueira para recolher frutos foi surpreendida por um furioso temporal com granizo e raios. Um raio caiu sobre a árvore onde Lúcia estava, e ela caiu por terra meio morta. Em sua mente viu perfilar-se a figura de um santo ancião, São Nicolau de Bari, que a tomava por uma das mãos e a entregava de novo a sua família.
     Aos 13 anos abandonou seu povoado natal na Sicília para seguir uma piedosa terciária franciscana de Salerno. Pouco tempo depois esta guia espiritual faleceu e Lúcia entrou em um convento salernitano de Irmãs que seguiam a Regra franciscana.
     O convento franciscano que acolheu Lúcia muito provavelmente foi o de São Francisco próximo da igreja de São Nicolau, erigido em 1238 e supresso em 1809, após as leis napoleônicas.
     Ali se distinguiu pela fiel prática de seus deveres e em especial pelo amor à penitência, com a qual se havia comprometido para expiar os pecados da humanidade, e sobretudo para uma participação mais íntima com as dores de Cristo.
      Por algum tempo exerceu o ofício de mestra de noviças. A fama de sua virtude se difundiu. Muitos recorriam a ela para pedir-lhe orações e conselhos. Dedicava muito tempo à oração, à meditação e à contemplação das coisas celestes. Flagelava seu corpo virginal com frequência; a terra lhe servia de leito; um pouco de pão e água eram seu sustento diário. Tinha especial devoção pelas Cinco Chagas de Nosso Senhor.
     Os nobres acudiam a ela, e ela consolava os aflitos, chamava à penitência os pecadores, edificava os piedosos. Deus confirmou sua santidade com prodígios. Havia chegado aos quarenta anos e já estava pronta para o céu. Sua vida austera, os prolongados e dolorosos sofrimentos minaram sua saúde.
     Lúcia, terciária regular, morreu em Salerno no ano 1400. Depois de sua morte realizou diversos prodígios. O culto e a veneração por ela foi se estendendo sempre em Salerno e nas regiões vizinhas, até que em 4 de junho de 1514 o Sumo Pontífice Leão X concedeu o ofício e a Missa em sua honra, compostos tomando como exemplo os de Santa Clara.
     Lúcia precedeu de alguns séculos outras terciárias franciscanas célebres, como Santa Maria Francisca das Cinco Chagas (1715-1791) e a venerável Maria Crucifixa das Cinco Chagas (1782-1826) que como ela foram, em Nápoles, ponto de referência espiritual para gerações de fieis.
 

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