segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Nossa Senhora das Dores - 15 de setembro

 

     O culto à Mater Dolorosa teve início em 1221, no Mosteiro de Schönau, na Alemanha. Em 1239, a sua veneração foi divulgada em Florença, na Itália, pela Ordem dos Servos de Maria (Ordem Servita). O Papa Bento XIII introduziu a festa na Liturgia. A festa, celebrada no dia 15 de setembro, recorda as Sete Dores da Virgem Maria:
  • A profecia de Simeão sobre Jesus (Lucas 2, 34-35): seu Imaculado Coração seria transpassado de dor;
  • A fuga da Sagrada Família para o Egito (Mateus 2, 13-21);
  • O desaparecimento do Menino Jesus durante três dias (Lucas 2, 41-51);
  • O encontro de Maria e Jesus a caminho do Calvário (Lucas 23, 27-31);
  • Maria vendo o sofrimento e morte de Jesus na Cruz, Stabat Mater (João 19, 25-27);
  • Maria recebe o corpo do filho tirado da Cruz (Mateus 27, 55-61);
  • Maria vê o corpo do filho ser depositado no Santo Sepulcro (Lucas 23, 55-56
     Nossa Senhora das Dores é venerada em várias cidades do Brasil, nos Estados de Minas Gerais, Bahia, Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo, Piauí, Paraná, Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Sul.
     Ela também é venerada em vários países: Estados Unidos, Malta, Espanha.
     Nossa Senhora, pelas dores oferecidas, participou ativamente da Redenção de Cristo. Desta forma, Ela nos aponta para uma vida em que o sofrimento é a oblação de si para a conversão dos pecadores, pela conversão do mundo, como Ela pediu em Fátima, em 1917. 
Um exemplo de devoção a Na. Sra. das Dores no Brasil:
História interlaçada com a história da cidade
     Em 1752, Portugueses vindos dos Açores estabeleceram-se à beira do Guaíba e formaram o primeiro núcleo da futura cidade de Porto Alegre, próximo de onde, mais tarde, construiriam a Igreja Nossa Senhora das Dores. Membros da irmandade devota a Nossa Senhora das Dores rezavam missas na Igreja Matriz, atual Catedral Metropolitana, até 1807, quando resolveram construir o seu próprio templo, lançando a pedra fundamental em um terreno entre as ruas do Cotovelo e da Praia, às margens do Guaíba. No início, esmolas eram levantadas pela comunidade local para construir e decorar a igreja.
     Em 1813, inaugurada a Capela-Mor, foi realizado o translado da imagem de Nossa Senhora das Dores; a partir de então, as energias e esmolas se voltaram para a construção do interior da igreja.
     No período inicial da construção, um negro forro conhecido como preto José, era o responsável pelas medidas da obra, levando a crer que escravos participaram da construção da igreja, embora em minoria se comparados aos operários contratados.
     Porto Alegre, capital da província que foi palco de inúmeros conflitos, passou por períodos nos quais careceu de verbas para investir na cidade, quando nem mesmo para esmola havia dinheiro circulando. A Igreja das Dores, mesmo com as obras paralisadas, permaneceu com suas portas abertas.
     Em 1857, com a cidade entrando em um novo período de crescimento, foi retomada a construção da Igreja, com espaço para um hospital, que atenderia os membros necessitados da Ordem. Provavelmente por falta de verbas, esse espaço nunca foi utilizado. O governo da Província chegou a solicitar à Irmandade, em 1865, que os enfermos da guerra contra o Paraguai fossem tratados ali, porém não foram encontradas notícias sobre o uso do espaço do hospital pelos soldados feridos.
     Na década de 1860, foi colocado o madeiramento do telhado e a abóbada da nave sob a coordenação do Mestre João Couto e Silva. Em 1866, após a pintura do teto, realizada pelo artista Germano Traub, o corpo da igreja foi inaugurado. Nos anos seguintes, foi construída a escadaria para a Rua da Praia.
     No início do século XX, Porto Alegre contava com arquitetos e engenheiros de origem germânica,  e o ecletismo em voga na Alemanha foi apresentado e aprovado pela Irmandade para o projeto da igreja, sob a responsabilidade do arquiteto Júlio Weise. A construção seguiu até 1903 quando a igreja foi finalmente inaugurada, apresentando corpo em estilo colonial português com fachada eclética: frontispício e altas torres, ornamentados com esculturas em gesso.
     Em 1938, a pedido da comunidade, A Igreja Nossa Senhora das Dores foi tombada pelo IPHAN  Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional por seu valor artístico e arquitetônico, na categoria de Sítio Histórico Urbano Nacional.
 
 
 

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