segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Santa Balsâmia, nutriz de São Remígio - 27 de outubro

    
     A qualificação que Santa Balsâmia trouxe com ela ao calendário é a de ama de leite, ou nutriz.
     A prática da amamentação pela ama de leite é hoje menos comum, justamente por ser objeto de críticas de caráter médico, de higiene e até mesmo psicológico. Mas houve um tempo em que era uma instituição de grande importância do ponto de vista social, enquanto numa plano de vida familiar era a resposta inevitável para os hábitos das esposas dos dias passados.
     A delicadeza das funções de uma nutriz, que era algo mais do que uma máquina de amamentar, explica a propagação do culto das santas amas de leite e especialmente a popularidade de Santa Balsâmia, muito viva nos séculos da Idade Média.
     A figura desta santa é muito pitoresca, mas também bastante nebulosa. Na França, na Diocese de Reims, ela é homenageada como a ama de leite de São Remígio, bispo daquela cidade. Reflete sobre ela a glória de um filho de leite de excepcional importância, porque São Remígio foi quem levou à conversão a Rainha Clotilde, depois ao seu marido Clovis, com todos os seus cavaleiros francos. Com a conversão de Clóvis, por parte de São Remígio, começou a história cristã da França, “a filha primogênita da Igreja", e nesta história, naquela prole, mesmo o leite de Santa Balsâmia parecia ter algum peso.
     Já dissemos que São Remígio é considerado pelos franceses quase como um segundo João Batista, profeta e precursor do Verbo cristão na França. Diz-se que também ele foi abençoado no ventre da mãe, Santa Celina, que corresponderia então a Santa Isabel, mãe de João Batista.
     Mas com a santa de hoje, Balsâmia, São Remígio teria algo mais do que o mesmo São João. Teria como santa até mesmo a nutriz, cujo nome no entanto aparece no final do século X e que, além de ama de leite, foi chamada mãe de santos, porque São Celsino seria um de seus filhos.
     Na França, ela foi chamada de Santa Nutriz, depois prevaleceu o nome de Balsâmia, como se o leite dispensado ao seu excepcional afilhado fosse um bálsamo perfumado da santidade.
      Um último detalhe as legendas adicionam ao seu relato. Embora reverenciada na França, ela seria de origem italiana, de fato Romana, e de Roma, inspirada por Deus, teria ido para Reims para levar a cabo a sua delicada tarefa de ama de leite. O significado disto é particularmente claro: o leite - ou bálsamo - transmitido pela nutriz a São Remígio, e deste transmitido a toda França, “a filha primogênita da Igreja", sem dúvida veio diretamente de Roma: incorrupto, não adulterado, não sofisticado, era o puro leite da doutrina católica, apostólica e romana.
 
Etimologicamente Balsâmia significa “bálsamo, perfume”. Vem do latim.
Fonte: www.santiebeati.it – Arquivo Paróquia

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