terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Tempo do Advento

    
      Este ano o Advento começou no domingo 29 de novembro. Este tempo se inicia quatro domingos antes do Santo Natal e se prolonga até a tarde do dia 24 de dezembro, em que começa propriamente o Tempo de Natal. O tempo do Advento tem uma duração de quatro semanas, e é dividido em dois períodos:
1º) desde o primeiro domingo do Advento até o dia 16 de dezembro, a Igreja nos orienta na esperança da vinda gloriosa de Cristo em todos os seus aspectos: sua vinda no fim dos tempos, sua vinda agora, a cada dia, e sua vinda há dois mil anos.
2º) desde o dia 16 até 24 de dezembro, inclusive, (Novena de Natal) somos orientados mais diretamente à preparação do Natal. Somos convidados a viver com mais alegria, porque estamos próximos do cumprimento do que Deus prometera. Os Evangelhos destes dias nos preparam diretamente para o Nascimento de Jesus.
     Com a intenção de tornar sensível esta dupla preparação de espera, a liturgia suprime durante o Advento uma série de elementos festivos. É uma maneira de expressar que enquanto dura o nosso peregrinar na terra nos falta algo para que nossa alegria seja completa. Quando o Senhor se fizer presente no meio do seu povo a Igreja terá chegado à sua festa pela solenidade do Natal.
     Nestas quatro semanas, de domingo a domingo, nós vamos nos preparando para a vinda do Senhor.
1º. Domingo: A vigilância na espera da vinda do Senhor. Há um convite nas palavras do Evangelho: “Vigiai, e estai preparados, porque não sabeis a que hora virá o Filho do homem” (Mt. 24, 42 – 44). “Por que dormis? Levantai-vos e orai, para que não entreis em tentação” (Lc. 22, 46). É importante que revisemos nossas relações familiares e as coloquemos em consonância com os ensinamentos da Santa Igreja. Em família, acendamos a primeira vela da Coroa do Advento como sinal de vigilância e desejo de conversão.
            2º. Domingo: A conversão, nota predominante da pregação de São João Batista: “Fazei penitência, porque está próximo o reino dos céus. Preparai os caminhos do Senhor, endireitai as suas veredas” (Mt. 3, 2,3). Qual poderia ser a melhor maneira de preparar esse caminho que busca a reconciliação com Deus? Na semana anterior nos reconciliamos com as pessoas que nos rodeiam; no passo seguinte, a Igreja nos convida a acudir ao Sacramento da Confissão que nos devolve a amizade com Deus, que perdemos pelo pecado. Acendamos a segunda vela da Coroa do Advento como sinal do processo de conversão que estamos vivendo.
3º. Domingo: O ‘sim' de Maria Santíssima. Não é por acaso que nós comemoramos o tempo do Advento no mesmo período da Festa da Imaculada Conceição: "se, de um lado, é o Pai que domina o tempo do Advento pela promessa de paz e de felicidade" enviando seu Filho para nossa salvação, "do outro, o grande acontecimento da Encarnação do Verbo só se realiza pela disponibilidade da Virgem Maria. O ‘sim' de Maria inaugura a nova humanidade, que tem amor e estima pela vontade de Deus: ‘Faça-se em mim segundo a vossa palavra'".
Vivamos esta terceira semana do Advento meditando sobre o papel que a Virgem Maria desempenhou. Propomos fomentar a devoção à Maria rezando o Terço em família. Acendemos como sinal de esperança gozosa a terceira vela da Coroa do Advento.
4º. Domingo: O anúncio do Nascimento de Jesus feito a José e a Maria. “Eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonho, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria como sua esposa, porque o que nela foi concebido é obra do Espírito Santo” (Mt. 1, 20). “Aprendamos de Maria a aceitar a Cristo que é a Luz do Mundo”.  Já está tão próximo o Natal! Nós nos reconciliamos com Deus e com nossos irmãos, agora nos resta somente esperar a grande festa. Acendamos a quarta vela da Coroa do Advento.
     A seguir, o sublime canto gregoriano de preparação para o Natal. Sua tradução pode ser usada como oração nos dias do Tempo do Advento. É uma sugestão... 
 
RORATE CAELI (Derramai, ó Céus)
Rorate Caeli desúper et nubes plúant justum
Ne irascáris Dómine, ne ultra memíneris iniquitátis
Ecce cívitas Sancti facta est deserta
Sion desérta facta est, Jerúsalem desoláta est.
Domus sanctificatiónis tuae et gloriae tuae
Ubi laudavérunt Te patres nostri.
Rorate Caeli desúper et nubes plúant justum.
Peccávimus et facti sumus tamquam immúndus nos,
Et cecídimus quasi fólium univérsi
Et iniquitátes nostrae quasi ventus abstulérunt nos
Abscondísti fáciem tuam a nobis
Et allisísti nos in mánu iniquitátis nostrae.
Víde, Dómine, afflictiónem pópuli tui
Et mitte quem missúrus es
Emítte Agnum dominatórem terrae
De pétra desérti ad montem fíliae Sion
Ut áuferat ipse jugum captivitátis nostrae.
Consolámini, consolámini, pópule meus
Cito véniet salus tua
Quare moeróre consúmeris, quia innovávit te dolor?
Salvábo te, noli timére
Ego énim sum Dóminus Deus túus Sánctus Israël, Redémptor túus.
Rorate Caeli desúper et nubes plúant justum.
 
RORATE CAELI (tradução)
Derramai, ó céus, o vosso orvalho do alto, e as nuvens chovam o Justo.
Não vos ireis, Senhor, nem vos lembreis da iniquidade.
Eis que a cidade do Santuário ficou deserta:
Sião tornou-se deserta; Jerusalém está desolada.
A casa da vossa santificação e da vossa glória,
Onde os nossos pais vos louvaram.
Derramai, ó céus, o vosso orvalho do alto, e as nuvens chovam o Justo.
Pecamos e nos tornamos como os imundos,
E caímos, todos, como folhas
E as nossas iniquidades, como um vento, nos dispersaram.
Escondestes de nós o vosso rosto
E nos esmagastes pela mão das nossas iniquidades.
Derramai, ó céus, o vosso orvalho do alto, e as nuvens chovam o Justo.
Olhai, ó Senhor, para a aflição do vosso povo,
E enviai Aquele que estais para enviar!
Enviai o Cordeiro dominador da terra
Da pedra do deserto ao monte da filha de Sião
Para que Ele retire o jugo do nosso cativeiro.
Derramai, ó céus, o vosso orvalho do alto, e as nuvens chovam o Justo.
Consola-te, consola-te, povo meu,
Em breve há de vir a tua salvação!
Por que te consomes na tristeza, se a dor te renovou?
Eu te salvarei, não tenhas medo!
Porque Eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo de Israel, o teu Redentor.
Derramai, ó céus, o vosso orvalho do alto, e as nuvens chovam o Justo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário