quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Santa Parasceve, a Jovem, eremita - 13 de outubro

     

      A “Vida de Santa Parasceve, a Jovem”, foi escrita pelo Metropolitana de Myra, Mateus, no século XVII, após a última transferência das relíquias para a Moldávia em 1641, seis séculos depois da morte da santa eremita.
     Parasceve nasceu em Epivate, um porto a um dia de caminhada de Constantinopla. Ela viveu e morreu provavelmente no século X.
     Pertencia a uma família nobre; ela e seu irmão Eutimio ficaram órfãs muito jovens e ambos decidiram abraçar a vida religiosa. Eutimio, por suas virtudes, foi feito bispo de Maditos. Parasceve, depois de um certo número de anos em um mosteiro, se retirou como eremita em uma área do deserto do Jordão, imitando a vida santa dos antigos monges eremitas do Egito e da Síria: longas orações, vigílias noturnas e jejum frequente. Ela só comia algo aos sábados e domingos e dormia sobre a terra nua
     Certa noite Parasceve teve uma visão de um anjo que a exortava a perseverar em sua vida de penitente, e recomendou-lhe voltar para sua cidade natal.
     Parasceve deixou então o eremitério e foi para Constantinopla, e como peregrina visitou os santuários, colocando-se sob a proteção da Virgem na igreja de Blachernae; em seguida, dirigiu-se a Epivate, onde continuou nas práticas de penitência, mortificação e oração, o que fez o resto de sua vida. Quando morreu, ela foi enterrada por pessoas que sequer a conheciam, e sua memória se evanesceu.
     Mas, em uma data posterior, um milagre fez florescer sua memória: perto de Epivate vivia um estilita. Um dia alguns marinheiros lançaram aos pés de sua coluna o corpo de um dos seus colegas morto de peste. O corpo começou a apodrecer, exalando um cheiro tão forte, que o estilita rezou para alguém vir enterrá-lo. Alguns homens, cavando a sepultura, encontraram um corpo enterrado que exalava um perfume tão delicado que superava o mau cheiro do cadáver.
     Um certo Jorge, que fazia parte do grupo de coveiros, à noite teve um sonho no qual ele era convidado a colocar em um caixão o corpo encontrado, revelando-lhe o nome de Parasceve, nascida e criada em Epivate. Na mesma noite uma vizinha de Jorge teve um outro sonho em que a Santa prometia que ajudaria quem com fé recorresse a ela. Ela tornou-se padroeira da cidade. As relíquias foram levadas para a igreja dos Santos Apóstolos, onde muitos milagres ocorreram; em 1204, os conquistadores francos levaram inúmeras relíquias de Constantinopla para o Ocidente.
     Mas, em 1230-1231 o corpo Santa Parasceve foi cedido pelo imperador de Constantinopla ao rei conquistador búlgaro João II de Asen (1218-1241), que o levou para Turnov, na Bulgária, onde foi recebido com solenidade pelo Patriarca Basílio, e foi colocado na basílica do palácio imperial.
     Quando em 1393 os turcos tomaram Turnov, então capital da Bulgária, as relíquias foram transferidas para Belgrado, onde permaneceram até 1521, quando a cidade foi conquistada por Solimão, o Magnífico. Sabendo da grande veneração que os cristãos tinham por essas relíquias, o sultão as enviou para Constantinopla, onde o patriarca as fez depositar na igreja Pammacaristos.
     Mas as relíquias não permaneceram por muito tempo ali: quando em 1586 Murad III tomou o santuário dos cristãos, estas e outras relíquias foram levadas para a igreja de São Demétrio Kanabu e depois para a igreja de São Jorge no Fanar, em 1612 e, finalmente, em 1641, chegaram à Moldávia.
     Suas relíquias agora repousam na Romênia, na cidade de Iasi. Em Belgrado, o poço de Santa Parasceva cura miraculosamente os enfermos que dele se aproximam com fé em Deus e amor a essa santa.
     Depois da transladação para Turnov a Santa, com o nome de Petka ou Petnica, gozava de grande popularidade entre o povo búlgaro e logo se tornou a patrona nacional. Ela sempre teve um culto especial entre os povos eslavos dos Balcãs, porque acreditava-se que seus pais eram eslavos.
     Sua festa é celebrada no dia 13 de outubro.


Fonte: www.santiebeati.it/

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